Dados do IBGE confirmam o agronegócio brasileiro como principal suporte da economia do país
Luis Kobielski Luis Kobielski

Dados do IBGE confirmam o agronegócio brasileiro como principal suporte da economia do país

Publicado em 17 de junho de 2015

A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas, na safra 2014/2015, alcançou 204,3 milhões de toneladas, um crescimento de 5,9% em comparação à safra anterior (192,9 milhões de toneladas, em 2014), indica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em levantamento divulgado nesta quinta-feira (11).  Já a estimativa da área a ser colhida é de 57,5 milhões de hectares, acréscimo de 2% frente aos números da safra 2013/2014 (56,4 milhões de hectares).  Os números, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) , mostram que o setor agrícola continua sendo a principal âncora da economia brasileira, com oferta regular de alimentos para a população e exportações recordes que garantem superávits regulares da balança comercial.

Comparação

De acordo ainda com os números do IBGE, em comparação com os dados do mês passado, ocorreu um ganho de 2,3 milhões de toneladas na produção de grãos prevista para o biênio 2015/2016, fato que se deve a ganhos de produtividade da soja e do milho segunda safra. A propósito, a safra da soja deverá colher 96 milhões de toneladas, 11,5% acima dos 86,1 milhões de toneladas da safra anterior. No caso do milho, os números indicam que a segunda safra vai alcançar 49,4 milhões de toneladas, 2% a mais em relação a 2013/2014.

Área plantada

O arroz, o milho e a soja representaram juntos 91,9% da estimativa de produção e responderam por 86,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, ainda segundo o IBGE, houve aumento de 5,4% na área plantada de soja, 0,8% na do milho e, no caso do arroz, ocorreu redução de 3,4% na área plantada. A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 23 de maio, com levantamento sobre área plantada, produção e produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, dentre outras variáveis.

Destaques da produção, segundo o IBGE:

ARROZ (em grão) – A estimativa de maio para a safra nacional 2015, informa uma área colhida de 2,3 milhões de hectares, com uma produção de 12,4 milhões de toneladas e rendimento médio de 5.468 kg/ha, maior, respectivamente, 0,1%, 1,3% e 1,2%, quando comparados aos dados do mês anterior. A Região Sul é responsável por 78,9% da produção nacional. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 68,8% da produção nacional, informou produção de 8,5 milhões de toneladas e rendimento médio de 7.617 kg/ha, maiores, respectivamente, 1,7% e 1,8% quando comparado com o mês anterior. Já a área colhida encontra-se 0,1% menor. O clima comportou-se de forma favorável durante a colheita das lavouras, contribuindo para aumentar a qualidade do produto e o rendimento médio que apresentou um ligeiro aumento.

A produção total

MILHO (em grão) – A produção total de milho estimado para esta safra é de 79,0 milhões de toneladas, alta de 3,6% em relação ao mês anterior, refletindo o forte aumento de 6,6% da produção da segunda safra. A estimativa de produção do milho primeira safra caiu 0,9% em relação ao mês de abril. O encerramento da colheita trouxe dados sobre as consequências da seca enfrentada pela região Nordeste do país, onde houve redução de 7,2% frente ao mês anterior. A Bahia, o principal estado produtor do Nordeste com 7,7% da produção nacional, estima que a produção tenha reduzido 12,5%, passando a 2,4 milhões de toneladas. O rendimento médio foi reduzido em 8,6%, totalizando 4.317 kg/ha ou 72,0 sacas/ha. Os três estados maiores produtores, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, mostraram leve recuperação nas estimativas em relação a abril. Minas Gerais reviu para cima a expectativa de rendimento médio, que passou a ser de 5.619 kg/ha, 0,9% superior a abril, também elevando em 0,5% a área colhida, refletindo na produção, que este mês aumentou 1,4%, sendo aguardados 5,5 milhões de toneladas.

Comercialização

O Rio Grande do Sul estima produção de 5,6 milhões de toneladas, alta de 2,5% em relação a abril, enquanto o Paraná aguarda alta de apenas 0,2% na produção, totalizando 4,7 milhões de toneladas. Segundo dados do GCEA/PR, a comercialização da cultura no estado tem se dado de forma normal, sendo que no decorrer do mês de maio, os preços praticados com os produtores oscilaram com maior frequência entre R$ 18,50 e 21,50 a saca de 60 quilos. Calcula-se que até o final do mês cerca de 70% da produção já tenha sido comercializada. A safra do milho segunda safra foi favorecida pela melhora do regime de chuvas, notadamente em Mato Grosso, que informou que a alta da estimativa da produção em maio frente ao mês anterior foi de 14,8%, o equivalente ao acréscimo de 2,43 milhões de toneladas, produção estimada passando para 18,8 milhões de toneladas.

A estimativa do rendimento médio, de abril para maio cresceu 8,0%, aumento de 5.147 kg/ha para 5.561 kg/ha, maior 414 kg/ha. O Paraná elevou sua estimativa de produção para 10,4 milhões de toneladas, aumento de 3,4% em relação ao mês anterior. Esta alta é consequência da elevação de 3,3% no rendimento médio, que passou a ser de 5.487 kg/ha ou 91,5 sacas/ha. Ao todo, o País aguarda colher 48,5 milhões de toneladas nesta 2ª safra do milho, 6,6% a mais que a informada no mês anterior.

SOJA (em grão) – A estimativa da produção de soja é de 96,3 milhões de toneladas, alta de 0,7% em relação a abril, o que equivale a 647.476 toneladas a mais. Essa alta decorre do aumento de 0,7% da área colhida. O Mato Grosso, principal produtor da leguminosa no país, estima leve retração de 0,2% na produção que passou a ser 27,6 milhões de toneladas, em decorrência, principalmente, da redução de 1,1% no rendimento médio, reavaliado em maio em 3.099 kg/ha ou 51,7 sacas. O Rio Grande do Sul obteve um aumento de 3,2% na produção frente ao mês anterior, refletindo condições climáticas favoráveis, sendo aguardada produção de 15,6 milhões de toneladas. O rendimento médio foi elevado em 3,0%, totalizando 2.976 kg/ha ou 49,6 sacas/h.

Capacidade de armazenagem – O IBGE informou ainda que, no segundo semestre de 2014, em consequência principalmente da reformulação feita na Pesquisa de Estoques, houve redução de 13,8% no número de estabelecimentos ativos da rede armazenadora do país. Com isso, a capacidade útil instalada caiu 2,6% em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Já no segundo semestre de 2014, a rede contava com 7 mil e 927 estabelecimentos ativos, dos quais 46,5% instalados na região Sul, 25,6% na região Centro-Oeste, 18,6% na região Sudeste, 6,5% na região Nordeste e 2,8% na região Norte.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

http://www.farsul.org.br/pg_informes.php?id_noticia=2621

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