Estradas ruins elevam em 30% transporte de grãos
Luis Kobielski Luis Kobielski

Estradas ruins elevam em 30% transporte de grãos

Publicado em 28 de maio de 2015

Estudo da Confederação Nacional dos Transportes mostra que o índice de pavimentação das Rodovias brasileiras é bem inferior do que em países como Estados Unidos e China

A má qualidade da pavimentação das Rodovias brasileiras usadas no transporte de Soja e Milho aumenta, em média, em 30,5% o custo operacional para o escoamento dos grãos. A avaliação está em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que aponta que o problema é mais grave no Norte e Nordeste, com aumento médio de 48,3% no custo. No Sul e Sudeste, a qualidade das estradas implica em uma alta média 26% nos custos operacionais.

De acordo com a pesquisa, a malha rodoviária brasileira deixa a desejar em relação a concorrentes mundiais na exportação de Soja e Milho. A CNT destacou que o Brasil tem 1,7 milhão de quilômetros (km) de Rodovias, segundo o Sistema Nacional de Viação. Dessa extensão,12,4% (213 mil quilômetros) estão pavimentados. Isso corresponde a 25 quilômetros de pavimentação para cada mil quilômetros quadrados de território. “Esse índice é, em média, 18 vezes menor do que o americano e 14 vezes menor que o chinês”, ressaltam os técnicos, no estudo.

Segundo o diagnóstico da entidade, as deficiências nas estradas causam alto consumo de combustível, desgaste acelerado da frota de veículos e maior índice de acidentes. Como isso onera os custos com a realização do transporte, pode afetar os valores do frete cobrado pelo serviço. Além dos problemas de Infraestrutura, a CNT considera inadequada a distribuição modal de transporte.

“Os problemas logísticos estão associados à carência e à má qualidade da Infraestrutura, a uma inadequada distribuição modal, à falta de incentivo para a inter ou multimodalidade e à concentração geográfica das estruturas disponíveis, que leva à saturação da capacidade de escoamento de algumas regiões”, avalia a pesquisa.O estudo destaca que os modais ferroviário e hidroviário, alternativas à rodovia, não recebem os investimentos necessários.

De acordo com a CNT, as ferrovias, por serem mais seguras, econômicas e menos poluentes do que as Rodovias, seriam mais apropriadas ao perfil geográfico do país. Entretanto, é uma modalidade pouco utilizada e com oferta insuficiente. Já o transporte por hidrovias, em função do baixo custo da tonelada por unidade de distância e grande capacidade de movimentação, seria adequado ao traslado de produtos com baixo valor agregado, caso de commodities como a Soja e o Milho. “Entretanto, o modal apresenta baixa velocidade e, no caso brasileiro, reduzidas disponibilidade e frequência”, ressalta a Confederação Nacional dos Transportes.

Para a pesquisa, foram entrevistados os responsáveis por logística das maiores exportadoras de Soja e Milho do país.

Fonte: Confederação Nacional da Agricultura

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